quinta-feira, 2 de setembro de 2010

À Distância de um Pensamento


Perdi-me em ti, no azul dos teus olhos, na serenidade do teu sorriso. Fiz do teu corpo abrigo. Fiz-me guardiã do meu destino, prometi estar lá, naquele momento em que tudo se torna escuro, prometi não desistir e secar as tuas lágrimas. Do silêncio da noite aprendi a reconhecer o teu toque, a tomada de consciência de que nada poderia ser diferente do que é. Aprendi os teus movimentos em mim, aprendi a reconhecê-los também como meus, uma dança coordenada acompanhada pelo bater de dois corações perfeitamente compassados. Estilhacei a ilusão para te fazer acreditar que sou mais que isso, que a mão que te ampara é real, que os dedos que percorrem o teu rosto são reais, que os lábios que naufragam nos teus são feitos de verdade, paixão e amor. Contigo encontrei a felicidade prometida, a melodia das tuas palavras, a suavidade da tua respiração. Fechei os olhos e sonhei um mundo nosso. Fundi a minha vontade na tua para te salvar do medo, peguei nas tuas mãos e ergui-te acima da mediocridade deste mundo que simplesmente não te quer compreender. Fiz de ti a minha cura. A vontade de ser maior do que este pálido reflexo de mim. Contigo aprendi a valorizar o tempo, a viver cada minuto como se do último se tratasse. Tornaste-te a minha noite, o meu conselho, a minha companhia, a certeza de salvação, derrubaste todas as minhas barreiras interiores e tornaste-te insubstituível. Reconheceste a minha verdadeira face, sem máscara, sem preconceitos mundanos ou desejos perturbados pelo medo. E eu fiz-me tua, perdi-me em ti. Alimentaste os meus sonhos, agora alimento a tua realidade, pois eu estou além de qualquer ilusão, sonho ou medo, basta que me toques no peito e sintas o meu coração bater. É um sentimento maior que qualquer palavra. E aqui estou eu à espera. E aqui estarei eu sempre, à distância de um pensamento.

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